Filho, você sempre quis me levar pra cidade
Pra desfrutar do conforto que você conquistou
Mas esse seu velho que sempre viveu sem vaidade
Quer findar a vida onde a sua começou
Nessa casinha modesta
À luz do sol e à luz da lua
Vendo a chuva lá na serra
Sobre a natureza nua
Mergulhado no sossego
Desse velho aconchego
Onde a vida continua
Filho, ainda quero acordar com o galo cantando
E o latido do velho amigo que não me abandona
Depois de um dia de trabalho, a noitinha chegando
Na varanda pontear a viola na velha poltrona
Contemplando o lindo filme
Que você vive a contar
Que tem lua prateada
E estrelas a mostrar
Que em meus olhos tem o brilho
Dizendo, pra meu filho
Que aqui é meu lugar
Filho, eu quero que quando chegar o meu neto
Dê a ele o conforto que me ofereceu
Quando ele crescer eu te peço pra mostrar de perto
A beleza desse paraíso onde você nasceu
Essa casinha modesta
À luz do sol e à luz da lua
E a chuva lá na serra
Sobre a natureza nua
Mostre a ele o infinito
Esse filme tão bonito
Que ainda continua
Esse é o meu pai
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)