Fumaça engole o povo, vidro sobe
Novo dia igual o monte
Dividiu o cinza do horizonte aqui
Sem fingi com a brisa eu vou com a fonte, fi
No fronte, da vida, lembra a morte
A multidão sem sorte
Vaga, fuma, traga, corta, adaga
Bolsa, vai, foi, indo centrão SP
Seja bem-vindo, hospitalidade zero
Espetáculo monstro de concreto abraça com os tentáculo
Como se todo dia fosse ontem, sem novidade
No ouvido fone ganha maldade
A mente longe, natureza morta
As esquina encarrega e mata o que germina
Entrega propina que cega imagina
A justiça divina, o podre contamina
Porra, como você tem coragem de cria os filho aqui, hein?
É sério, meu bem
Cansaço no rosto do senhor
Que cata papelão sonhando em voltar pro interior
Se apega o valor da antiga, fadiga conspira
Tua cota é derrota, seu sonho não vira, é mentira
Máquina de desilusão
Fast-food de frustração
Luz, câmera, ação
Epidemia de alma vazia, jão
O vento corta, a city vive morta
Se a missão é aquecer o coração
A porta já era prospera o que é ruim
Corrupto em púlpito colhendo din
Uns quer ver qual é dim, dim por tim, tim
Sim, sim, a coisa aqui é assim
Até o fim, Sampa!
Vagamos pela cidade como assombração
Sem lagrima ou razão
Sem dadiva ou gratidão
Pela calçada
Vivendo por tudo e morrendo por nada
Somos a essência de um gigante de cimento
Frios como o cimento de estatua sem essência
Rápidos como notícias ruins e curtos como dias bons
Poluição e esperança
Somos os carros e os corpos doentes
Frenéticos e soltos nessa caótica dança