É preciso dar um jeito
É preciso dar um jeito, irmão
Olha o mundão
É preciso dar um jeito mesmo
2012, séc. XXI
Ó o progresso, olha de novo
Emicida, Laudz
Ei, zica, vai lá!
Ai, somos enxada e fome, a fé dos homi
A pé sem nome, terra de foices, martelos e iPhones
Sem sobrenomes, só codinomes
Onde se é o que se consome
Geram-se clones, eu vim ser o ciclone
"Amor supremo", Coltrane
Sem super homem, rapaz comum Hurricane
Aos 26 pra foder, tipo Scarface
No milho podre, eu vim fazer minhas leis
Tipo Belchior e Vandré, é, são
Mártires com fã Zé, jão
Revolução
Além do som, a quem do cão, tensão
Vem, calos a sóis em redes sociais, bem São Paulo
Com a cor de quem morreu feto
Tudo inseto, com calcanhar rachado
Com sonho e sem teto
A vida irrita a arte, sociedade
Tio, se nóiz é sócio, então cadê nossa parte, irmão?
Eu cheguei de muito longe
Eles nem fazem ideia
E a viagem foi tão longa
Mesmo assim eu vim
E na minha caminhada
Ninguém viu
Obstáculos na estrada
Só eu sei
Mas enfim, aqui estou
Motiva o que eu falo pro povo, Aldous Huxley
"Admirável Mundo Novo", eu saquei
O bem-te-vi e a cascavel
E a gana de se manter Mário Quintana
Numa terra de Maquiavél
É fel, é céu, cruel, nota
Cês mata os índios e vende cocar com logo da Copa
Afunda na coca, depressão
Ditadura ridícula, canta liberdade e vive a repressão
Isso é bem América Latina
Pablo Neruda, Escobar, José Carlos dos Reis ensina
De forma fria, temo que nossas panelas vazia
Inspire menos mudança, só poesia
É o futuro 2.0, nóiz contra o Alto Clero
Claro quem te invoca enquanto eles joga, cão advoga
Nossa senhora roga pelo inferno
Onde se vê, mas não se fala de racismo, sexo e drogas
Eu cheguei de muito longe
Eles nem fazem ideia
E a viagem foi tão longa
Mesmo assim eu vim
E na minha caminhada
Ninguém viu
Obstáculos na estrada
Só eu sei
Mas enfim, aqui estou
Consumidores de tendência
Aguardam a nova diretriz
Meus valores dizem calma
Não se afaste da raiz
Consumidores de tendência
Aguardam a nova diretriz
Meus valores dizem calma
Não se afaste da raiz