Se atiras mendigos no imundo xadrez
Com teus inimigos, e amigos, talvez
A lei tem motivos pra te confinar
Nas grades do teu próprio lar!
Se no teu distrito tem farta sessão
De afogamento, chicote, garrote e punção
A lei tem caprichos, o que hoje é banal
Um dia vai dar no jornal!
Se manchas as praças com teus esquadrões
Sangrando ativistas, cambistas, turistas, peões
A lei abre os olhos, a lei tem pudor
E espeta o seu próprio inspetor!
E se definitivamente a sociedade
Só te tem desprezo e horror
E mesmo nas galeras és nocivo
És um estorvo, és um tumor
Que Deus te proteja, és preso comum
Na cela faltava esse um!