O malandro tá na greta
Na sarjeta do país
E quem passa acha graça
Na desgraça do infeliz
O malandro tá de coma
Hematoma no nariz
E rasgando sua banda
Uma funda cicatriz
O seu rosto tem mais mosca
Que a birosca do Mané
O malandro é um presunto
De pé junto e com chulé
O coitado foi encontrado
Mais furado que Jesus
E do estranho abdômen
Desse homem jorra pus
O seu peito putrefeito
Tá com jeito de pirão
O seu sangue forma lagos
E os seus cacos estão no chão
O cadáver do indigente
É evidente que morreu
E no entanto ele se move
Como prova o Galileu