Fiz a cama de lavado e com papel perfumado
Forrei a minha gaveta, duas gotas de lavanda
E sentei-me na varanda a beber um chá de menta
O gato deitado no colo, ouço Coltrane num solo
A tocar no gira-discos
Olho a cidade serena que até parece pequena
No sossego dos chuviscos
Estou bem assim, sem ninguém
Tão bem, sabe, tão bem
Saber estar em solidão
Como também quando a companhia vem
Estou bem, sabendo bem
Saborear a confusão
A sala silenciosa parece estar ansiosa
Que retorne o frenesim
Mas eu aproveito o tempo
Faço render o momento
De ter espaço só pra mim
Aconchego-me na manta
Abro um livro, mas às tantas
Vou deixando o sono ler
Quando uma mão pequenina
Me acorda com uma festinha
E a casa volta a encher!
Estou bem assim, sem ninguém
Tão bem, sabe, tão bem
Saber estar em solidão
Como também quando a companhia vem
Estou bem, sabendo bem
Saborear a confusão
Estou bem assim, sem ninguém
Tão bem, sabe, tão bem
Saber estar em solidão
Como também quando a companhia vem
Estou bem, sabendo bem
Saborear a confusão