A língua dança na boca da menina
A semente entra pela outra boca da menina
A vida sai por essa mesma boca da ninfeta
Ninguém pediu pra nascer
A humanidade nasce entre fezes e urina
A necessidade é a mãe das invenções, a ordem é dinheiro
Imposto sobre o nascimento, a morte, o pensamento, o casamento
Aqui do lado ocidental todo mundo é imortal
O índio norte-americano diz: que belo dia para se morrer
Mas nunca esperar de um preto ou branco
Antiquada, anti-estética, anti-rádio a música é mesmo anti-popular
O sexo não é obsceno
Obsceno: é a miséria, a guerra, a violência, os meninos de rua da cidade
Tentativa de explicar o óbvio
Tudo de novo agora
A sociedade é a nossa frágil barreira contra a natureza
O estupro, o sexo homo-hétero, sadomasoquista
Há uma fúria cíclica natural indo e vindo, indo e vindo, indo, vindo
O poeta baiano diz: que gente é pra se viver
Você nunca erra quando agindo
Pós-viado, pós-moderno, pós-igreja, pós-esquerda hermafrodita
Predadores do futuro pessimista primitivo
Somos todos passageiros da mesma mãe chamada nave-terra
Tudo isso faz parte
Da nova lógica da nova ordem mundial
O homem sempre tem que provar e fazer o show continuar na cama
As mulheres não gostam de decidir
O governo guia o povo para o pasto do dia-a-dia
Mas também ninguém precisa salvar o mundo
Porque a ordem do dia é matar ou morrer