Meu grande amor, somos dois barcos tristes
Que navegamos sempre em ondas fortes
Porque seguimos rumos diferentes
Um vai pro sul e o outro vai pro norte
Pra onde vamos não existe porto
Pro mar da vida somos clandestinos
Dois condenados a morrer de amor
Na tempestade do fatal destino
Estou perdido e você também
Estamos os dois a chorar de saudade
Não adianta navegar pra longe
Se está tão perto a felicidade
Estamos presos pelo compromisso
Que a própria honra obriga a cumprir
Mas que os nossos corações desejam
Os nossos lábios não podem pedir
Nas minhas noites de cruel revolta
Sinto por dentro um coração que chora
Mas, o relógio do tempo marcou
O nosso encontro tão fora de hora
Me vi perdido pelo mar da vida
E enfrentando a onda cruel
Jamais iremos alcançar o porto
Porque o nosso barco é de papel
Jamais iremos alcançar o porto
Porque o nosso barco é de papel