[Parte Ii]
"Porque amou por que amou
Se sabia
p r o i b i d o p a s s e a r s e n t i m e n t o s
Ternos ou desesperados
Ah Porque Amou?
E se queimou
Todo por dentro por fora nos cantos nos ecos
Lúgubres de você mesm (o, a)
Irm (ã, o) retrato espéculo por que amou? "
"A morte é esconsolável consolatrix consoadíssima
A vida também
Tudo também
Mas o amor car (o, a) colega este não consola nunca de núncaras"
Se a maré vai puxar
Não quero porto
Já não navego mais
Meu barco voa
Esperança não traz paz
Apodrece o cais
Desmorono quanto for
Sigo (Acorda!)
[Parte Iv]
O concreto esconde a luz
Mas pavimenta novos rumos
(Desponta um novo dia a cada bar e noite fria)
Rompe a viga que nos une
Como força cortante, cisalha
(Tijolo por tijolo num desenho trágico)
Desmorono quanto for preciso
Deixo o desejo estancado no limbo
Para poder construir
Algo que vai ruir
Destruí
*Os trechos do poema recitado são de autoria de Carlos Drummond de Andrade