Sou o que sou sem querer ser o que não sou
Sou o que sou sem querer ser o que não sou
Sou estrela, sem estrelismo
Sou esquerda, sem petismo
Amo minha imagem, sem narcisismo
Sou macho, sem machismo
Um político, sem politicagem
Zé Carioca da boa malandragem
Fã de militante e não militar
Sem falatório, mas sou de falar
Ficando velho e não gagá
Vejo rap bebê só gu-gu dá dá
Estou de passagem mas deixo legado
Não sou um peso e sim, pesado
Morto para o mal, vivo para o bem
Eu vou além e não pro além
Uso a caneta e também do caneta
Vai arrebenta e não se arrebenta
Sou o que sou sem querer ser o que não sou
Sou o que sou sem querer ser o que não sou
(Aqui não tem ator)
Marginalizado e não um marginal
Pobre de dinheiro e não de moral
Um humano com humanidade
Não só um número como identidade
Brasileiro antes de paulistano
Não sangue frio e sim, africano
Sou careta não faço careta
Sou muita treta não procuro treta
Emotivo e não emocionado
Tô no 220 um fio decapado
Ando na linha mas não do trem
Do Governo que mata olhando aquém
Jogo cartas mas não sou cartomante
No time dos otários um pá de atacante
Blindado mas não da Preserv
Com o anjo de Deus que me protege
Sou o que sou sem querer ser o que não sou
Sou o que sou sem querer ser o que não sou (aqui não tem ator)
Vim abalar não ser abalado
Sou contratado e não comprado
Sou pirata no mar dos play boy
O jogo é real e não da Tec Toy
Não tem guitarra, é rap, mas dá rock
Dos detector passo como uma Glock
Faço cerimônia, sem cerimônia
Confundo também, mas não é babilônia
Queria esta careca, mas não de saber
Que a chuva de tragédia vem do poder
Quero triunfo na vida e do biscoito
Uma, duas, três passando de oito
No quadro da vida pinto o sete
Não engulo e nem estico o chiclete
No mundo das aparências
Você é superficial ou é essência
Sou o que sou sem querer ser o que não sou
Sou o que sou sem querer ser o que não sou (aqui não tem ator)