Estamos numa prisão e trabalham
Pra nos manter nessa condição
Os muros são a discriminação
Que nos impede de ascensão
Somos vigiados o tempo inteiro
Pra fugir daqui chance quase zero
A Ss veste cinza da força tática
Que fazem suas leis nas ruas
Estrupa, usurpa, implora suborno
A lista é grande das suas falcatruas
E o trem vem e leva uns de nós
Estou sobrevivendo ao algoz
Nossas escolas estão largadas
Juventude desmotivada
Professores que já largaram de mão
Se estão aprendendo ou não
Assim continua a dominação
Pobre sem estrutura e informação
Vai roubar e virar alvo de extermínio
Com apoio de pessoas do próprio convívio
Fazem de tudo para nossa arte
Morrer sem chance de destaque
Ou simplesmente marginalizada
Ou pior aniquiladas
No novo gueto de Varsóvia
Vidas que vão, pessoas que choram
O gás nocivo do poder
Não tem compaixão pelas vidas que imploram
A marca que carregamos pra nos distinguir
Baixa escolaridade, sem faculdade
Antecedentes na criminalidade
Carteira de trabalho vazia
O endereço na periferia
Barra pesada é o nosso dia a dia
Miséria, fome, pouca alimentação
Crianças morrendo de inanição
Barracos que dificulta a higiene
Lama, sujeira, lixos amontoados
Ratos, pulgas, moscas, mosquitos
Epidemia aqui não está escrito
Febre, disenteria, tuberculose
Drogas pra overdose, cachaça pra cirrose
Falta líderes comunitários
Que organiza o povo a não ser otário
O rap aqui é o nosso arquivo
Testemunha do genocídio
Da má vontade política, sem moral
Da religião que apoia esse mau
Continua resistindo minha gente
Conto com você sobrevivente
Com nossa luta mudaremos a história
No novo gueto de Varsóvia
No novo gueto de Varsóvia
Vidas que vão, pessoas que choram
O gás nocivo do poder
Não tem compaixão pelas vidas que imploram