?Pequena, mas de talento,
De nobre estirpe pampeana,
Fidalga, xucra, haragana,
Solta de patas ao vento!
Se aportou neste rincão
Pra nunca mais ir embora
E se soltou campo à fora
Velha GAITA DE BOTÃO?!
Solita que veio ao mundo,
Atrevida e roncadeira
Com um sonido profundo
Ultrapassando fronteiras...
Veio lá do estrangeiro
Cortando mares ao meio
E fez morada no seio
Do meu pago missioneiro!
Minha gaita de botão:
?Verdulera? ou Botoneira,
Oito Baixos, Roncadeira,
Parceira do coração!
Por muitos anos terrunha:
Nos braços do Malaquias,
Eurides, do Tio Bilia
E do mestre Dedé Cunha!
Se aquerenciou nos galpões,
Querido traste andarengo.
Já fez dançar até rengo,
Já embalou corações.
Perdurou por gerações
E já foi quase esquecida,
Hoje, além de preferida,
É a rainha dos salões!
Ganhou a notoriedade
E o respeito nas bailantas.
Encheu de felicidade
O coração das percantas.
Perambulou como tantas,
Derrubou mil preconceitos
E conquistou seu direito
De mais baguala da pampa!