Uma bombacha de brim
E um lencito colorado
Um chapéu maior que um tacho
Que trago sempre tapeado
Esta estirpe de índio macho
Que reponto em meu legado
Faz da espora ao barbicacho
Que eu seja um taura moldado.
Um potro fenomenal
Para o serviço campeiro
E um cusco flor de especial
São meus fiéis companheiros
Vou dando conta da lida
Sovando velhos pelegos
Sobre o basto Paysandu
Da pampa sinto os achegos.
E campereando com gana o que me foi confiado
Só páro os fins de semana quando vou lá pro povoado
Seu Dirceu despacha um trago pra atiça minhas idéias
Me resolvo e pego o mouro e ato logo o namoro
Com a filha da Dorotéia
Juntando o que foi ganhado
De domas, cercas, esquilas
E o que deixei emprestado
Dá um lotezito de pilas
Eu tenho um rancho guinchado
Voltado lá pro nascente
Um arvoredo plantado
E água pura da vertente
E tem aromas do campo
Que é muito bom de verdade
E uma ramada no oitão
Pra tomar mate à vontade
Solteiro não vou ficar
E me perdoe a franqueza
Eu tenho pouca riqueza
Mas muito amor para dar