Iedo Silva
Marcha
Oigatê, barbaridade, já venho meio embalado
Com a guapa cheia de cana e o baile está enfezado
É hoje que eu atiro os quatro prá tudo que é lado
Vou entrando meio manco gritando pra gauchada.
Não pisem na minha bota que eu tenho a unha encravada.
Tiro a prenda mais bonita espicho bem o meu braço
E se a sala for pequena toma conta do espaço
Não importa que me digam que sou espelho sem aço.
Vou entrando meio manco gritando pra gauchada.
Não pisem na minha bota que eu tenho a unha encravada.
Não perco nenhuma marca até que o baile chegue ao fim
Deus me livre que uma prenda queira dar carão em mim
Atiro no colo dela um braçado de capim.
Vou entrando meio manco gritando pra gauchada.
Não pisem na minha bota que eu tenho a unha encravada.
Viro pra porta do quarto enquanto o gaiteiro floreia
Qualquer uma já me basta não importa que seja feia
Saio ajoujada com a china proseando no pé da orelha.
Vou saindo meio manco gritando pra gauchada
Vou embora pro meu rancho tratar minha unha encravada.