(“Se eu vejo um velho solitário abandonado
Fico apiedado, sinto que da alma não sai
Um pai sozinho pode cuidar de dez filhos
Porém dez filhos não cuidam de um só pai”)
Árvore triste solitária ao pé da estrada
À espera só de um vento forte pra cair
Assim o velho espera o fim da vida só
Sem ter mais força para a vida resistir
Foi moço um dia, também amou e foi amado
Viveu a glória de cantar e ser feliz
Abriu caminhos onde agora nós passamos
Para dar frutos se fez tronco e foi raiz
Foram seus filhos mais os netos pelo mundo
E pouco a pouco assim sozinho ele ficou
Hoje esquecido aguarda o fim que não demora
Para voltar ao velho chão que tanto amou
Foram parentes, bons amigos e toda a vida
Ficou apenas um tristonho coração
Dura verdade ele teve que prender
É que a velhice tem por nome solidão
Nunca pergunte à um pobre velho o que lhe espera
Porque a resposta na sua alma vai doer
Se você é moço e pensa que esse mundo é seu
Vai chegar logo a sua vez de envelhecer
Ampare o velho, não lhe negue o seu carinho
Com muito amor de sua vida é nosso o fim
Faça por ele o que deseja que lhe façam
Quando você também ficar um velho assim
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)