No meu casebre
Tem um pé de mamoeiro
Onde eu passo o dia inteiro
Campeando a minha amada
Uma cabocla
Que trabalha ali defronte
Carregando água da fonte
Pra levar pra peonada
E cada vez
Que ela carrega um balde d’água
Leva junto a minha mágoa
Pendurada em sua mão
Mas eu não posso crer
Que em época presente
Ainda exista dessa gente
Com tão pouco coração
Ela podia
Viver bem sem ir à fonte
Se casasse com Zé Ponte
Esse caboclo que aqui está
Pra ela eu ia
Construir minha palhoça
Plantar coisas numa roça
Que nunca pensei plantar
E se mais tarde
Nos viesse a petizada
Eu tenho a bolsa recheada
De dinheiro pra comprar
Um peticinho pra Juquinha
Um violão pra a Izabel
E pra ela
Tudo que eu pudesse dar