Não sei porque
O relógio lá de casa
Não se dá comigo!
Por mais força que eu faça
Pra ficar seu amigo
Não houve ainda um jeito
De nos entender
(Blim-blim, blim-blom
blom-blim, blim-blom)
É a ladainha
Com que ele todo dia
Vem ferir meu ouvido
Quando de manhã vou chegando
A fim de dar o aviso
Começa a bater
Blão-blão-blão...
Ainda se ele
Batesse só uma vez
Mas creio que não sabe
Bater menos de três
Com isso
A minha esposa se levanta
Abre a boca, Virgem Santa!
Quanta cousa vou ouvir!
Ó seu farrista!
Você é um homem casado
E me vem todo rasgado
De manhã para dormir!
Minha querida
Eu fui ali no cafezinho!
Faço um monte de beicinho
Mas não pára a discussão
Pra terminar
Vou lhes dizer o resultado
Deita um pra casa lado
E eu que ature beliscão
-Querida, errar é humano!
Tem dó de mim!”