Nos portos que conheci
Deixei pedaços de mim
Lembranças que trago agora
Dos dias que já vivi
Verões que não voltam mais
Trovões que não mais ecoam
Saudades de cada cais
Gaivotas que já não voam
Espectros do que eu fui
Visitam-me a cada noite
Remorso que me possui
Carrasco com seu acoite
E o velho lobo do mar
Não resistiu à lembrança
E voltou a navegar
Alimentando a esperança
De encontrar pela frente
Trovão, raio, tempestade,
Onda gigante, naufrágio...
A morte é melhor que a saudade