Talvez eu durma
Talvez eu desça ao inverno
Talvez eu silencie
Talvez eu apareça
Ou pareça tudo ilusão
Que a tela em que te pus
Não é cinema
E não passas na televisão
E os olhos que grudei na mesma cena
Não te enxergam
E daí?
Talvez eu me expulse de mim
Talvez eu escute teus passos
E então ao teu lado
Talvez eu diga sim, pois preciso perder o medo
O medo que guardei
O medo que escondi
O medo que visitei de quarentena
Quando tava de bob por aí
Talvez
E aquela talvez
Em que não havia talvez?
Aquela tal vez...
Talvez
E aquela tal vez
Em que não havia talvez?
Aquela tal vez...
Aquela tal
Talvez eu descreva teus gestos nos restos de um caderno azul
Talvez eu cante um blue ao inverso
Que adormeça essa minha insônia eterna
Ou mesmo arranque as estrelas do universo
Pra tentar te oferecer
Talvez eu vire estrela de um único ingresso
Só pra você me ver
Talvez eu perturbe tua imagem com as minhas alucinações
E as tuas indecisões
Com as minhas falsas certezas
E esqueça que é tudo ilusão
Composição: Iva Rothe