Sou missioneiro dos pampas
Nasci num berço de feno
Sentindo o cheiro das flores
Regada pelo sereno
Me criei solto no campo
Na lida desde pequeno
Aprendendo o dialeto
Barbaridade de gueno
Vivo feliz, satisfeito
Sem vaidade e sem luxo
Sentindo bater no peito
Meu coração de gaúcho
Sou índio criado guaxo
Na bomba de Chimarrão
Sou nativo lá do pago
Que não senta no garrão
Meu rancho é de chão batido
No ventre do meu rincão
Da querência sou raiz
Sou fruto da tradição
Vivo feliz, satisfeito
Sem vaidade e sem luxo
Sentindo bater no peito
Meu coração de gaúcho
As tradições do meu povo
Vou passar para meu filho
Meu filho será a soga
Que tentos do meu martírio
E quando a minha retina
For apagando seu brilho
Vou deixar pra gauchada
Meu coração de caldino
Vivo feliz, satisfeito
Sem vaidade e sem luxo
Sentindo bater no peito
Meu coração de gaúcho
Vivo feliz, satisfeito
Sem vaidade e sem luxo
Sentindo bater no peito
Meu coração de gaúcho