Vaqueiro do Arizona, desordeiro e beberrão,
Seguia em seu cavalo pela noite do sertão,
No céu porém a noite ficou rubra num clarão,
E viu passar num fogaréu, um rebanho no céu,
Ipiaê, ipiaôo, correndo pelo céu.
As rubras ferraduras punham brasas pelo ar,
Os touros como fogo galopavam sem cessar,
E atrás vinham vaqueiros como loucos a gritar,
Vermelhos a queimar também, galopando para o além,
Ipiaê, ipiaôo, seguindo para o além.
Centelhas nos seus olhos e o suor a escorrer,
Sentindo o desespero da boiada a se perder,
Chorando a maldição de condenados a viver,
A perseguir correndo ao léu, um rebanho no céu,
Ipiaê, ipiaôo, correndo pelo céu.
Um dos vaqueiros ao passar gritou dizendo assim,
Cuidado companheiro, ou tu virás para onde eu vim,
Se não mudar de vida, tu terás o mesmo fim,
Querer pegar num fogaréu um rebanho no céu,
Ipiaê, ipiaôo, correndo pelo céu,
Ipiaê, ipiaôo, correndo pelo céu,
Ipiaê, ipiaôo, correndo pelo céu.