Se eu fosse capaz de
diminuir o monstro em mim
caminhar livremente sem esse amor
que machuca sem fim
Se eu fosse uma criatura
que soubesse conviver com isso
com essa chama ardente
e nem desse por isso
A vida cheia de amores
que eu não posso experimentar
qual prisão que me encontro
mercê de amar
Meu bom e pálido coração
pulsa sozinho
sem a paixão
sem o ninho
Todas as madrugadas:
calafrio
febre da ausência
ar sombrio
Livre-me do monstro
da espera
ajude-me a viver
à quimera
Absolva-me do pecado
de querer-te tanto
fuja de mim invisível
em seu manto
(Lameira)