Meu “sinhô” eu vim aqui
De apelo pro “sinhô”
Vim a qui para saber
Se o “sinhô” me responder, ai
A razão deste viver
Sou da vida, sou do mato
Sou da vida, sou da morte
Leste, oeste, centro-este
Sou do sul e sou do norte
Nosso céu tem mais estrelas
Nosso bosque tem mais flor
Então porque que o coração
Desta gente que aproveita, ai
Não floresce de amor
Minha terra tem palmeira
Onde canta o sabiá
Canta a dor que ele sente
Com vontade de chorar
Tenho cama pra dormir
Tenho pai e tenho mãe
Um aviso então me diz
Que eu não posso reclamar
Acontece que com eles
Aprendi o caminho certo
Mas no meio do deserto
Como é que eu vou achar
Meu “sinhô” já vou embora
Nosso papo terminou
Mesmo indo sem resposta
Vou levando a alegria, ai
De quem já desbafou
Quando o “sinhô” não tiver
Não tiver o que fazer
Pense um pouco sem chorar
No irmão que vai nascer