Saltei no lombo do meu pingo gatiado
E o colorado apanando no pescoço
Fui pro surungo do galpão no povoado
Sou taura macho e gosto muito do retoço
De longe eu vi uma cordeona chorando
E o baile cheio igual ninho de camotin
E o chinaredo que a muito me conhecia
Já devereda veio pra cima de minha
Tenho lembrado de uma morena faceira
Que quando dança toma conta do salão
Essas lembranças fazem parte do passado
Trago comigo essas memórias de galpão
Passou o tempo e a memória irrudilhada
Entre fandangos e tertúlias de galpão
Com versos xucros de cantigas e poesias
Mostra a cultura da gente do meu rincão
Esta vanera que trilhou o verde do campo
Se aquerenciou em minha recordação
Vai conservando o vermelho do nosso sangue
E o amarelo das riquezas deste chão