No tranco do pingo bueno eu me emborracho sereno
E num fandango eu me enveneno nos beiço de uma morena
Mango no cabo da faca deixo meu baio na estaca
Me boleio na fuzarca pra noite não ser pequena
Nestes bailes de fronteira eu gasto as bota na vanera
Eu dou-lhe um coice na canceira e na cisma de domador
Quando alguma querendona sai no tranco da cordeona
Que nem potra redomona sentando no maneador
Vai no chacoalho do fole
Que as china de corpo mole
Vão no balanço da rede
E o gaitero coxilando
Nem ouve o povo cantando
Bailando e matando a sede
Nestes baile macanudo que se esquece quase tudo
E larga as égua pros cuiúdo que se vão pro corredor
Vem indio la da picada retoçando abagualada
Pra bailar de cola atada o vanerão sapateador
E quando o galo abre a goela tem gente la na capela
E as véia acendendo as vela pra ver se casa as guria
E o padre chega pra missa e toma um café com lingüiça
Depois a indiada se atiça pra dançar até o meio dia