Feijão de corda, na cuia a abrideira
Verso pra muié rendeira
E toucinho de fumeiro
Perfume a penca, uma avenca, porcelana
Toda condição humana no frasco do bandoleiro
E no sertão que a arte vibra insensata
Malabares do destino, pro que vive e o que mata
Da festança ao desatino, o perigo fascinante
Vem chegando Virgulino, cabra macho viajante
Guarda pra correr, corre pra guardar
Um litro de dendê, um lote de cajá
O muito para Deus é pouco para o bando
Insano, na vida cigano, a moringa carregando
Dizem que escutam à beira do chico
O trote dos cascos e o corte dos fios
Mistério nativo esconde o tesouro
O olhar da serpente, a paixão infinita
Um brinco de argola, pingentes de ouro
Pra joia Maria Bonita
Cantis de vinho adoçam o xique-xique
E a volante, derrama pranto em Sergipe
Chaleira que cai, um filho se vai
Fica a luz do Lampeão
Fica a estória tão rica ao luar do sertão
Traz a sacola, põe no pacote
Não é do povo esse novo bandoleiro
Não tira a boca da botija e quer o dote
Dá no cangote do inocente brasileiro