No meio daquele reflexo de água
No centro de um repuxo de vento
Parada numa corrente de mar
Estou dentro do que quero estar
Há sempre uma gota de vento maré
Provoca a seca em que perco o pé.
Entre um corpo que circula
Entre um ângulo que tem fim
A parede e o espaço
Entre um grito e um cansaço
está um som que reconheço
Está tão lento
Já não esqueço
Está tão velho
Recomeço.
No meio deste reflexo de tempo
Entre um corpo que trabalha
Parada numa corrente de ar
Entre a parede e o cansaço
Estou no fim de um repuxo lento
Estou entre um passo que tem espaço.
Dentro do que quero estar
Entre um grito e um começo de mar
está um som que reconheço
Há sempre uma gota de vento maré
Provoca a cheia em que ganho o pé.