Não era assim que eu queria me ver
Preso dentro de mim
O meu falso conforto me fez pensar
Que eu era feliz
Os meus amigos não me conhecem
Mas estão sempre aqui
Até a hora em que eu me canso
Desligo as tomadas e vou dormir
Não reconheço mais quem eu sou
Nem me consola esse medo de ser
Ser um ator nesse teatro de dor
Mesmo arriscando a sofrer
Eu me esgueiro entre fobias
Da realidade que eu tento fugir
Ninguém me vê atrás desta cortina
Que eu criei pra me encobrir
É um alívio do vício moderno
Do qual eu não posso sair
É um vazio que há muito eu engulo
E que agora não consigo cuspir
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