O amor do nêgo não foi brincadeira
Por Madalena nêgo quis morrer
Num marabaixo de uma quarta-feira
Nêgo chamou Exu pra lhe socorrer
Bebeu gengibirra até se embriagar
Dava dó ver o nêgo chorando a soluçar
Cruel, Madalena botou-se a dançar
Prum crioulo que tava de branco
Tocando sem parar
O amor do nêgo não foi brincadeira
Por Madalena nêgo quis matar
No peito a chama na mão a peixeira
E uma tristeza a mais, dentro do olhar
Cantou o lamento dos saramacás
E guardou calmamente a peixeira no coração
Sofreu como poucos sofreram essa dor
Como poucos saiu dessa vida
Morreu de Mal de Amor
Hoje dizem que nêgo é uma estrela
Que vive a cintilar na forração do céu
Em noites de marabaixo ele brilha
Como que pra cegar o seu amor cruel