Ê boi encantado e aruá
Ê boi, quem haverá de pegá
Na mia vida de vaquêro vagabundo
Já nem dô conta dos perigos que infrentei
Apois qui das nação de gado qui ai no mundo
Num tem um só boi qui num peguei
Ê boi encantado e aruá
Ê boi, quem haverá de pegá
Eu vim de longe, bem pra lá daquela serra
Qui fica adonde as vista num pode alcançar
Ricumendado dos vaquêro de mia terra
Pra nessas banda eles nóis representá
Alas qui viemo in dois eu e mais ventania
O mais famado dos cavalo do lugá
Meu sabaruno rei do largo e do grotão
Vê si num isquece da premessa qui nóis feiz
Naquela quadra de terra laço e moirão
Na luz da tarde os olhos dela e meu cantá
A mais bunita de brumado ao pancadão
Juremo a ela viu pegá boi aruá
Ê boi encantado e aruá
Ê boi, quem haverá de pegá
De indubrasil nerol' xuite guadimá
Moura junquêro pintado nuve e alvação
Junquêro giz peduro landreis e malabá
Pintado laranja rajado lubião
Boi de gabarro banana môcho armado
De curralêro ao levantado e barbatão
De todos boi qui ai no mundo já peguei
Afora lá ele qui tem parte cum cão
O tal boi bufa cum esse nunca labutei
E o incantado que distinemo a pegá
Pra nós levá pras terra daquela donzela
Juremo a ela viu te levar boi aruá
Ê boi encantado e aruá
Ê boi, quem haverá de pegá