Um passarinho voou do ninho
Deixou sua cria pra ganhar o dia
Ser vital, ser vital, ser vital
E lá na mata a vida é farta
O canto é livre
Vida é de quem se vive
Natural, natural, natural
Mas vem o homem com a armadilha
Cai inocente pai de família
Descendo o morro, perdeu a trilha
Lá se vai relutante
Pra cidade grande
Gaiola com alpiste
Seu cantar resiste
Mas seu dono insiste
E vem troféu de prata
Gaiola de ouro
Seu pensar na mata
Seu cantar é choro
Por seu ninho no morro
Morte venceu, Oh oh
Mas vem o tempo com seu legado
Faz do presente logo passado
Trocando ouro por pau pintado
Seu cantar virado
Embolou de dó
Na feira leiloado
Por um lance só
Sua cria é pó
Vento levou
Com sol a pino lá vem o destino
Tornou o menino sozinho e franzino seu dono
Contempla a beleza mas sente a tristeza
Que é da natureza do bicho que é presa da fera
O coração corta e o menino abre a porta
da esperança morta pois já não suporta a paixão
Bicho voou, Oh oh
Pro céu voou da solidão
Bicho voou