morena quando te vejo, balanqueada na janela, fico
floreando a barbela, mordendo a perna do freio, e
desenqueto pateio,
enredado num olhar, sou pingo do teu andar,pra
carregar teus anseios.
e quando um sorriso esboças, carregado de promessas, é
o proprio céu as avessas com tormentas e lampejos, e
um temporal de desejos vem respingar no meu gozo,
levando um rosto mimoso junto aos meus sonhos
andejos.
Noite alta quando cruzo neste rancho onde te abrigas,
da alma vertem cantigas rasteando rimas de prata,
o coração bate pata, correquiando ao Deus dará e a
janela ali está como a pedir serenata.
gritarei o meu silêncio em muda e louca seresta, na
janela em cada fresta, mil ouvidos a escutar
por certo estás a sonhar, a alma leve solta ao vento,
eu queria estar ai dentro, para te ouvir ressonar,
amanhã um outro dia, andarei longe da querencia
recrutando uma ausência que ficou de sentinela, quero
ver
os olhos dela quando retornar do povo, lá está moça
de novo na moldura da janela.
Noite alta quando cruzo neste rancho onde te abrigas,
da alma vertem cantigas rasteando rimas de prata,
o coração bate pata, correquiando ao Deus dará e a
janela ali está como a pedir serenata.