Velho carreiro com seu filho e sua nora
Despediu das alterosas, fundo de minas gerais.
Desceu montanhas, subiu serra, pulou vales,
Me contaram os detalhes quando atravessou goiás.
Pra mato grosso, queria ir.
Nasci na estrada, mas não sei onde nasci.
Pra mato grosso queria ir.
Nasci na estrada, mas não sei onde nasci
Ah, ah, ah, ah, oh, oh, oh oh, oh
Ah, ah, ah, uma criança, quatro bois de meu avô.
Minha mãezinha morreu na hora do parto,
Meu pai louco, apaixonado por outra foi me deixar.
E o meu avô por entre as matas de perigo
Foi perdendo o juízo, sofrendo pra me criar.
Pra mato grosso, queria ir.
Nasci na estrada, mas não sei onde nasci
Pra mato grosso, queria ir.
Nasci na estrada, mas não sei onde nasci.
Naquela selva, abandonado no carro os bois ventos, passo a passo,
O bocão que me acordou;
E tão sozinho sofrendo pela estrada,o carro e a boiada
Comigo também chorou!
Ah, ah, ah, ah, assim chorava e gemia o velho carro.
Ah, ah, ah, cachi, cacheiro, cachiné e cacheado.
Pra mato grosso, queria ir; uma família me achou e estou aqui.
Pra mato grosso, queria ir; o que será dos bois do carro e meu avô?
Pra mato grosso, queria ir; nasci na estrada, mas não sei onde nasci.
Pra mato grosso queria ir...
Composição: Vicente Dias