Paraíso / José caetano Erba
Guarania
Não é ouro, nem diamante, é grão de areia,
Pois tudo isso para mim é ilusão
Não são de ferro, nem de aço minhas veias
Não é de pedra meu pobre coração.
O diamante corta o vidro, corta o aço
O ouro compra quase tudo nessa vida
Mas nada disso compra esse meu fracasso
Pois me meu peito a paixão formou ferida.
Cada palmo, cada pedra, desse estrada
Tem uma historia sepultada junto ao pó
Um homem triste vai seguindo a caminhada
Na longa estrada leva a vida assim tão só.
Nem o sereno, nem a chuva, nem o vento
Sabem o certo por que levam a vida assim
Felicidade já não ouve meu lamento
Há muito tempo ela separou de mim.
As nuvens claras, montanhas e capinas
Ficam me olhando quando vou estrada a fora
Lá vai um vulto, oh meu Deus que triste sina
Aceno a mão. Dobro a estrada e vou embora.
Mas tem a chuva, tenho o vento como amigo
Que apaga o rasto e leva tudo de rodão
Pode apagar todos os vestígios de um mendigo
Mas não apaga a cicatriz de uma paixão.