Caminhando devagar
Calado e pensativo
Cantando o seu blues
Sem teto e sem fome
Sem rumo e vazio
Viajante solitário
Cujo a voz aveludada
Ecoa nas esquinas
De uma cidade quente
Cidade esburacada
Na noite nebulosa
Sem nada a esperar
A sua longa caminhada
Para o nada, para o vácuo
De seus pensamentos e de seu blues
Traído pelo vento
Pisando nas estrelas, seguindo o luar
Viajante solitário
Caminha calado
Sem fé em quem o cerca
Sem ninguém para amar
Confiando apenas no seu violão
Confiando apenas no seu violão
No som de suas cordas
Fazendo um blues
Tocando um blues
De uma velha solidão