Ela não presta nem quer prestar
Chega no auge da festa
Ela anda nua como anda num bar
Por toda a casa, e quer rua
Eu sou quem fica até tarde
Ela é o verbo de vontade
Ela é a cidade
Ela se devora
Eletricidade
Uma natureza nova
Ela não espera o sinal fechar
E pula de um truque pro outro
E põe as cartas, e ri do futuro
Ela é a maldade em estado puro
Eu sou o guarda noturno
Distraído olhando a lua
Ela é um barco sem rumo
Mas tem resposta pra tudo
Ela é a cidade
Ela se devora
Eletricidade
Uma natureza nova
Eletricidade
Ela me comove
É a luz da invenção do homem
Com um corpo, com um nome
Eletricidade
Ela não demora
É o raio, é que nem a chama
É o fogo queimando a carne
Ela não pergunta quando eu vou voltar
Me deixa em total liberdade
Eu não pergunto se ela vai me amar
Às quatro da madrugada