Quero ele, mas quero muito
Ouço no meu gravador murmúrios dele
Procuro ele no mar, por todo o navio
Quero ele, menino triste
Quero ele por trás dele
Por cima da mesa
Quero Querelle, quero querê-las
Quero tê-las, seus bagos, suas orelhas
Quero ele brocha, quero ele rocha
Quero ele com seus pentelhos
E seu doce sorriso nas sobrancelhas
A brisa de espada
Quero arrumar sua mala
E cuidar dele quando estiver doente
A gente sente coisas estranhas
Dores, horrores nas entranhas
Mãe, pai, aonde estou nessa noite devagar
Querelle não, Querelle corre
Querelle pode e deve mentir
Quero Querelle e seu irmão
(Quero Rogéria e seu pauzão)
Quero em Brest, todos os santos
Quero as fadas e os gigantes
Quero escovar seus dentes, passar colônia
Contar histórias pra sua insônia
Quero curar seu mal de sexo
Quero sem nexo, sem camisinha
Quero, sim, quero carinho
Quero a luz dos obscuros
Quero querer, quero mamar, quero preguiça
O Rio, Angra, Paranaguá
Quero vocês, meus companheiros
Meus marinheiros, meus caloteiros
Quero vocês, quero com a faca cortar a dor
E ser mulher (mulher Rogéria, Astolfo macho)