Lá de longe, era um alazão domado,um asfalto enfumaçado, uma névoa que aqui não vem
Foi chegando como um universo desquerido um garrote mal parido perdido como ninguém
E aqui bem perto ficou, Me botou de quatro, amor
Me deixou amasiado com cara de boi lavado
cantando pra ti,
feliz
Nem no brejo que nasci Coisa igual assim senti
Era um tapete voador Coisa de nosso senhor
Correndo à vela de aprendiz
Foi passando como uma agulha num palheiro
que correu o mundo inteiro de dezembro a janeiro, meu bem Foi-se embora, redemoinho de torpor uma flecha, um tambor
E uma saudade também...
E hoje guardo na lembrança Como uma fada, uma criança
Uma cantiga e um respeito Num pedaço do meu peito
Um temporal e uma maré Reisado feito com fé
Uma viola sem encosto
Lágrima feliz no rosto
Saudade...