Lá na gruta do Morro Doce, eu me escondi bem na ribeira, vim de precata e de peixeira, atravessei o Rio Chuá. Senti o fedor que o vento trouxe, foi de carniça e de chiqueiro, veio rasgando o juazeiro, chegando no matagá.E eu corria feito doido, vinte cabra ao meu encalço, eu rolei morrinho a baixo, com tanto medo de morrer. Então, pisei num galho torto, segurei num pé de cana, vi uma suçuarana, achei que fosse me morder.
E no céu triscava raio, com urubu de vigia, me encontrei com Assibia, me deu uma mula pr’eu muntá. Fui de carrera para o Brejo, despedir da parentalha, dei um beijo em Analia, mãe de Chico de Currubá. Muntei num carro de boi sem perder o chão de vista, fui pra Vitória da Conquista e me pus ao sul descer. No céu, um triste carcará, no meu ouvido uma zumbeira, só depois da ribanceira que eu parei de tremer.
Ee ea Eu vou viajar, vou viajar pra não morrer.
Ee ea Eu vou viajar, vou viajar pra não morrer.