Segunda-feira é do chão
Nem bem chegou, já vai
Um pra engolir o outro
Defender quem? Eu não sei, não...
E os outros brotam do chão
Sem mais nenhum disfarce
Um engolindo o outro
Cruzando a pista, é contramão...
Pra uns é só pirraça,
Pra outros é obrigação
Ao recuar do soco,
O atingem, um milhão de mãos
De alguns cortaram asas
De mim, cortaram o coração
É que eu te vejo tão só...
O cemitério é praça
Tanta esperança num sermão
Que é falso e os deixa roucos
Como se loucos num caixão
Pra promover desgraça
Que é festa pra vender paixão
Um engolindo o outro
Com apetite de leão
Com a boca a salivar
Vendendo sopa de ilusão
Hipocrisia? É pouco...
Alguém vem fechar o portão
De alguns cortaram asas
De mim, cortaram o coração
É que eu te vejo tão só...
Agarram o réu na raça
Que ofega entre o milhão de mãos
Da multidão sem rosto,
Quem chutar mais é campeão
De alguns cortaram asas
De mim, cortaram o coração
É que eu te vejo tão só...