O riso forçoso, E o choro trancado
A cara da moda, E o papo furado
A idéia vazia, E o vício instaurado
Valor invertido, E o mapa traçado
Quem não é você?
A nova mentira, Que é sempre acatada
A casa caída, E a cela trancada
O tiro no escuro, E a cara no muro
O som morto e mudo, Rochas de um deserto
Quem não é você?
Na vã consciência, não há inteligência
Nem a persistência, só o imediato
De um falso barato cobrado em parcelas
De um jogo marcado, De um jogo marcado
Em que nada se aprende, Em que nada se sente
Quem não é você?
Ração do animal, De alma sem brilho
Os olhos perdidos, E o ser petrificado
Na grande cidade, Buscando por fora
O que não há por dentro, Cabeças de vento
Corações de lata, Línguas congeladas
De frente pra cena, De um filme mal escrito
Quem não é você?
Na vã consciência, não há inteligência
Nem a persistência, só o imediato
De um falso barato cobrado em parcelas
De um jogo marcado, De um jogo marcado
O vazio, dentro de você
O vazio, querem pra você
O vazio, pra quem nada procura
É o que vai acontecer