Agora que não te vejo ao meu lado
A segredar apaixonadas juras,
Busco as vezes, no nosso amor de outrora,
A recordar nossas íntimas loucuras.
Faz tanto tempo, nem me lembro quando,
A vida é longa e o pensamento é vário,
Tu me mostravas vil, no idílio santo!
A pequenina cruz do teu rosário.
E sempre que eu a via, recordava
Do nosso amor, a fantasia louca.
Toda as vezes que a pequena cruz beijava,
Eu beijava, febril, a tua boca.
Mas o tempo passou, triste eu segui,
Da minha vida,um longo itinerário
E nunca mais, nunca mais eu vi:
A pequenina, a pequenina cruz de teu rosário.
Já vou trilhando a estrada da amargura
Antes, porém, que chegue o meu calvário.
Dá-me a beijar, ó santa criatura
A pequenina cruz do teu rosário!