Na rima sou perito tenho gabarito no
Quesito tenor ou barítono
No rap eu exercito o flow sou especialista
Brinco "o ornitorrinco foi no otorrinolaringologista"
Não me perca de vista que eu corro mais do que o bolt
No sprint de mais de 220 mil volts
Dispara o velocímetro não para o ímpeto
Eu rimo o que quiser até com paralelepípedo
É o Fabio Brazza e o Italo na rima supersônica
Minha fala faz escola na escala pentatônica
Oxítona paroxítona proparoxítona continua
E acentua a sílaba tônica
Sai da frente é quente
Ninguém colocou numa rima antes
Anticonstitucionalissimamente
Moleque neurótico
Bota no flow
Pneumoultramicroscopicossilicovulcanoconiótico
Sabe o que é isso? eu explico pra vocês
É a maior palavra do dicionário português
Um vocabulário exótico vulcanocaniotico
É o hip hop num efeito hiphopnótico
Consulte a lábia
Que a mente é cult e rápida
e o que eu falei agora foi uma multissílabica
Ainda não entendeu? aperta a tecla sap
Que mensagem não falha e espalha mais
Que vídeo paia no whatsapp
É o zap e não tem quem me desbanque
Minha válvula de escape e eu atropelo feito tanque
Com funk, samba roda
Até o tupac levantou do tumulo e falou "
esse moleque é foda"
Do rap em prol como big small
E se imitar minha levada se enrosca feito anzol
Assassino lírico na mira da interpol
Nada em grau etílico nem beque ou etanol
Você toca em dó ré mi fa sol
E fica perdido que eu coloco sustenido com bemol
Nunca tive semancol
Meu remédio é paraclorobenzilpirrolidinonetilbenzimidazol
Sábado bêbado bebo no bar em dubai
No balacobaco do baco do vem e vai
Eu falo no embalo que distrai
E ando tão avançado
Que minha mãe ainda nem conheceu meu pai
E a conclusão é que essa é uma questão estética
Da dialética poética na força da fonética
Em cima da base feito um camicase
Passando de fase num verso que case
em cada frase frenética
Da métrica simétrica de meta aritmética
Da levada pesada um tanto peculiar
Tipo um avião de caca estilhaça a vidraça arregaça
E quando passa não é pego no radar