Falado
O tempo passou
E ainda me lembro com muita saudade
Da igrejinha de barro
Que papai construiu lá na fazenda
No campo missionário
Eu vi meu pai erguer a igreja na fazenda
Não tinha renda, tinha amor no coração
Entrelaçando as madeiras e as ripas
E com o barro fazia a construção
De alvenaria era só uma parede
Era de taipa, muito humilde, barrador
Não tinha casa, não tinha gente ali por perto
Mas à noitinha, a igrejinha era uma festa
Eram seis bancos de madeira envelhecida
Tinha festa, tinha vida, fazendeiro e união
Um lampião de gás no meio da igreja
E Jesus era a alegria daquele povo do sertão
Mãos calejadas com o trabalho lá do campo
Rosto rachado pelo sol do meu sertão
Tomando água da cacimba, e do odre
Louvando a Deus e recebendo o ganha pão
Todo cansaço eles deixavam no roçado
Com pés descalços vinham lá da plantação
Mas à noitinha a igrejinha se animava
E adorava a Jesus de coração
Eram seis bancos de madeira envelhecida
Tinha festa, tinha vida, fazendeiro e união
Um lampião de gás no meio da igreja
E Jesus era a alegria deste povo do sertão