Diz que sou estranha
Que tenho traços especiais
Como se houvesse alguma coisa errada em mim
Que nem se entranha
Que não sei quê não sei que mais
Será que nunca tinham visto alguém assim
Sinto que o mundo vai virando do avesso
Enquanto eu canto e sonho e nunca me aborreço
Quais armas de arremesso
Eu quero é dançar
E ser assim como sou
Deste meu jeito que é meu
Desta forma
Venha o Fado que eu
Sambo a morna
Deste meu jeito que é meu
E é feitio
Só sei que a vida é feita p'ra viver
E eu vou viver
Diz que sou tonta
Por ter a franja desigual
E por andar sempre descalça por aí
Que sou do contra
Por não ver o telejornal
E que me visto a rapaz só porque sim
Sinto que o mundo vai virando do avesso
Enquanto falam eu faço e aconteço
Se há festa eu apareço
Eu quero é dançar
E ser assim como sou
Deste meu jeito que é meu
Desta forma
Venha o Fado que eu
Sambo a morna
Deste meu jeito que é meu
E é feitio
Só sei que a vida é feita p'ra viver
E eu vou viver
Deste meu jeito que é meu
E quero lá saber se sou normal
Eu sou poema de Pessoa, arco-íris-vendaval
Sou Joana D'Arc, sou zé-ninguém
Sou quem eu for quando eu quiser, e se incomoda ainda bem
Eu sou assim, sou como sou
Um palácio inacabado, um infinito atrás do fim
Quero lá saber se isso é normal
Só sou assim
Deste meu jeito que é meu
Desta forma
Venha o Fado que eu
Sambo a morna
Deste meu jeito que é meu
E é feitio
Só sei que a vida é feita p'ra viver
E eu vou viver
Deste meu jeito que é meu
Deste meu jeito que é meu