Nasci na grota, na beira do mato
Não uso sapato já tem um tempão
Filho da terra, sou um bom matuto
Despojado e bruto, não tem solução
Até tentei viver lá na cidade
Mas não foi maldade, não me adaptei
Eu gosto mesmo é de viver forgado
Bicho bem largado, já me acostumei
Pra que a pressa, tenho o dia inteiro
Se eu andar ligeiro vou me adiantar
E eu não gosto de ficar à toa
Eu tô numa boa, deixa eu cantar
Pra que a pressa, tenho o dia inteiro
Se eu andar ligeiro vou me adiantar
E eu não gosto de ficar à toa
Eu tô numa boa, deixa eu cantar
Trabalho muito como vagabundo
Faço pro sustento e pras minhas cachaças
Aqui de tudo eu tenho um pouquinho
Tudo eu conquistei, nada foi de graça
O meu terreiro é cheio de galinha
Porco no chiqueiro, vaca bem mansinha
O meu cavalo é lerdo, mas mansinho
Pra chegar na venda bem devagarinho
Pra que a pressa, tenho o dia inteiro
Se eu andar ligeiro vou me adiantar
E eu não gosto de ficar à toa
Eu tô numa boa, deixa eu cantar
Pra que a pressa, tenho o dia inteiro
Se eu andar ligeiro vou me adiantar
E eu não gosto de ficar à toa
Eu tô numa boa, deixa eu cantar
Se você acha que eu tô errado
Posso concordá e até te dar razão
É que eu não perco tempo discutindo
Gasto ele na rede com meu violão
Mas se você quisé exprimentá
É só chegá pra cá, vem cantar com a gente
Levar a vida sem se preocupá
Afinal ninguém veio pra semente
Pra que a pressa, tenho o dia inteiro
Se eu andar ligeiro vou me adiantar
E eu não gosto de ficar à toa
Eu tô numa boa, deixa eu cantar
Pra que a pressa, tenho o dia inteiro
Se eu andar ligeiro vou me adiantar
E eu não gosto de ficar à toa
Eu tô numa boa, deixa eu cantar
E eu não gosto de ficar à toa
Eu tô numa boa, deixa eu cantar
("Nem pense em me tirar da rede, viu negão!
Eu quero é vida boa! ")