E eu fico, penso
O quanto imenso, eu acredito
No mito, descrito
Que fala de igual com o oprimido
Ferido, eu logo sigo sem desespero
Sai de cabeça baixa em meio ao tiroteio
Digo palavras, andanças
Mudanças passaram, algumas únicas
E outras que talvez voltaram
Jamais ficaram, não ficarão
O medo em chamas quentes em meio a escuridão
Não sigo esse caminho, faço o meu como eu posso
Pra não acaba sozinho, o mesmo monte de ossos
E quem que diria? E quem falou?
Doutor, vamos por favor
Que o inverno chegou
Que a brisa bateu, congelou, seu amor
Mas que dor, que apagou o sentimento e nada restou
Pò, sente, sente dor, só sinta o vapor
Na camada mais gelada desse coração
Que é frio como a neve, mas parece ser quente
Foi durante essa seção que eu apaguei de repente
Lembro da gente, amigos, história
Não é rever passado, muito menos as glórias
Faço em memória, a recordações
Fatos que oprimiram mentes e alguns corações
Leis sobre encontro, no ponto certo
Mas se for falar assim eu lembro de passar reto
Olho por teto, não vejo nada
E é mor cilada, saber que sua emoção é gelada
Será mancada? Não sei, talvez não saiba de nada
Vejo uma entrada, mas não vejo ninguém por lá
Viro minhas costas, fecho a porta e "au revoir"
Sento e não espero e deixo voar
A chama se apaga e estamos lá
Aqui em baixo é outra fita
Zica, rebobinar a fita, me irrita
E quando eu parto, eu não me importo
Melhor que morto
Melhor que um ciclo monótono
E o abandono, como se fosse isótono
Com a mesma direção
Cada caminho uma rua
A mesma exatidão, de ver crescer
De ver mudar, de evoluir, poder cantar
Dizer que sim, farei meu som
Bom... Culpa de Deus por ter me dado o dom
Debaixo do edredom eu me complico
Estar comigo, paguei um mico
Não o único, e acredito
Mas pra que tentar? pra que correr?
Se posso ficar sentado e apodrecer
Não esquecer que é bom viver
Ou longe de alguém
e vou poder fazer o que?
Se era pra nosso bem
Bem, meu bem, estamos de bem?
Ou estamos mal?
Como soltar a onça no quintal
E eu não sei de nada, sem exagero
Peço socorro sem desespero
Será a bênção ou maldição?
Será o o povo ou a multidão
Sinto pressão, de ver passar
é muito tempo pra se ausentar
Volto de novo e é mesma fita
A mesma ideia que sempre me irrita
Sento e não espero e deixo voar
A chama se apaga e estamos lá
Aqui em baixo é outra fita
Zica, rebobinar a fita, me irrita
Muitas vezes o pior fim pode ser um novo melhor começo
Mais intenso, interessante, e disso não me esqueço
Mas o tempo não espera, faça valer
Pois não vive quem tem medo de viver, o tempo não volta