Ando discreto, discreto
Num mundo sem rumo
Não tenho orçamento
Não tenho futuro
Que passa?
Não sabes escutar
Tens que olhar para perceber
Olhar para acreditar
Carregas, carregas
O peso, peso da história
Comes pão duro e agora
Acima de tudo
Contribuintes enganados
Levam a mão à cabeça
E vão para a rua protestar
Pode ser que aconteça
De roda do tacho
Vão tirando, vão metendo, vão mexendo
Ninguém sabe, ninguém vê
De roda do tacho
Vão correndo, vão chutando, vão passando
Ninguém sabe, ninguém vê
Já nem o ladrão
Vai ter o que roubar
Anda tudo tão mal
Anda-se tudo a queixar
Mil e um discursos
Formas de poupar
Mas do seu ordenado
Ninguém vai tocar
De roda do tacho
Vão tirando, vão metendo, vão mexendo
Ninguém sabe, ninguém vê
De roda do tacho
Vão cortando, vão chutando, vão passando
Ninguém sabe, ninguém vê
Palavras, palavras
Da boca, boca para fora
Mentiras, mentiras que surgem
E poluem o ar
Somos cobaias, cobaias
Do nosso, nosso país
Que nos enterra, enterra
Sempre, sempre nos i's
De roda do tacho
Vão tirando, vão metendo, vão mexendo
Ninguém sabe, ninguém vê
De roda do tacho
Vão cortando, vão chutando, vão passando
Ninguém sabe, ninguém vê
Trabalhas, trabalhas
O tempo, tempo, tempo inteiro
Fazes horas, horas a mais
Para ter algum dinheiro
Há mais esforço, faz
Há mais esforço, diz
Há mais esforço para roubar
Para o bem do teu país
De roda do tacho
Vão tirando, vão metendo, vão mexendo
Ninguém sabe, ninguém vê
De roda do tacho
Vão cortando, vão chutando, vão passando
Ninguém sabe, ninguém vê