Quando me apartei do meu Rio Grande amado
O maior lar que eu tinha de presente eu dei
Vendi meu alazão de lidar com gado
Meu ranchinho na serra eu abandonei
Deixei a minha lida de ser boiadeiro
E a cabocla morena chorando ficou
Trouxe junto comigo somente a saudade
Que desde aquele dia me acompanhou
Meu Rio Grande, meu céu azul
Linda paisagem tem a minha terra
Quanta saudade do pingo amigo
E do ranchinho no alto da serra
Disse adeus ao Rio Grande, de lá vim me embora
Bastante aborrecido com a separação
Vendo o meu Rio Grande ficar para trás
Seu moço, pode crer, doeu meu coração
E hoje aqui distante tento esquecer
Mas a saudade ingrata não quer me deixar
É como um espinho cravado no peito
Que aos pouquinhos vai ferindo até matar
Meu Rio Grande, meu céu azul
Linda paisagem tem a minha terra
Quanta saudade do pingo amigo
E do ranchinho no alto da serra
Eu quero ir embora desta terra estranha
Que só me dá tristeza e uma dor sem fim
Quero voltar a ser o mesmo boiadeiro
Beijar a caboclinha que chorou por mim
Também quero rever os meus companheiros
Das nossas serenatas não me esqueci
Quero ser enterrado dentro do Rio Grande
O chão abençoado onde eu nasci
Meu Rio Grande, meu céu azul
Linda paisagem tem a minha terra
Quanta saudade do pingo amigo
E do ranchinho no alto da serra
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)