Quando a primavera chega a gente comemora
O sol dourando a nossa pele na nova estação
O tempo agora passa lento para ver seus filhos
Que sobem quando a chuva desce para o São Romão
Tem bule e tem chaleira, lenha no fogão
Tem noite seresteira, viola e violão
Quando principia a noite lá no fim da aurora
E a lua assanha os desejos da velha paixão
O anjo que vive em meus braços carrega meu filho
O inverno passa e a primavera traz nossa união
Tem lenha na fogueira, sela e alazão
Fruta e brincadeira, mãos e pés no chão
Sempre vi essa mata a minha sala de estar
Muriqui, paca, lontra, tiê, sabiá
Siriema é o canto que inspira nós dois
Rio do Tempo é o agora e o depois
O corpo se entrelaça junto a paz de minha alma
São coisas que a gente sente e não se pode ver
Sorrir, buscar a alegria que a gente sonha
E remoldar as velhas mentes no amanhecer
E a simplicidade, é fácil de viver
Porquê pra ser caipira, só basta querer
E a terra molhada com o cheiro do pinhão
No peso de uma enxada, é leve o coração